E aí pessoal, como vocês estão?
Hoje, dia 20 de Junho, é dia de estreia de Toy Story 4, a sequência que mais mescla sentimentos entre fãs de animações como eu. Ao mesmo tempo que amo ver Woody, Buzz e companhia nas telinhas, fico receoso de assistir a um filme que, em tese, foi feito após uma conclusão perfeita para a saga. As críticas estão excelentes e tem gente brincando ao dizer que nunca houve um filme tão desnecessário que era necessário ao mesmo tempo.
Por que eu digo isso? Bem, o começo da Pixar eu considero os dois Toy Story originais e Vida de Inseto. Depois, a partir de Monstros S.A., a empresa começou a consolidar mais blockbusters em sua "década de ouro", todo mundo sabia reconhecer uma animação da Pixar, e a compra pela Disney em 2006 foi a prova da qualidade do estúdio.
Mas a concorrência pesada de outros estúdios e, inclusive, da Disney Animation Studios, fez com que os últimos dez anos, entre 2010 e 2019, fossem menos memoráveis para a empresa. O foco se dividiu entre continuações para atingir o fator nostalgia e apostas com mudanças de direção e processos conturbados na criação.
Do lado das continuações, filmes como Carros 2, Universidade Monstros, Procurando Dory e até mesmo Os Incríveis 2 não conseguiram superar o carinho do público pelos originais. A exceção talvez fique por Carros 3, mas mesmo assim, é um filme bem esquecível se comparado a outros lançamentos.
Já algumas das apostas de originais também não vingaram como deveriam. O Bom Dinossauro e Valente, na minha opinião, ficam atrás do que poderiam ter sido. Mas dois bons filmes salvaram a Pixar dessa década sombria: Divertida Mente e Viva, ambos apostas mais frescas de universos riquíssimos. E entre essas tentativas de criar novas sequências ou arriscas nas novidades, a Disney bateu o martelo, e por enquanto, vai optar em seguir materiais novos após o lançamento de Toy Story 4. Ano que vem, teremos Onward (Dois Irmãos, no Brasil) e Soul, já confirmados.
Depois desse breve resumo, quis montar um rankingeek diferente da Pixar do que falar apenas dos filmes (quem sabe um dia eu não poste um definitivo aqui também), mas falando em especial dos curtas, aqueles cinco minutinhos que sempre nos acompanharam nos últimos anos antes do filme começar.
Curiosamente, Toy Story 4 será o primeiro a não ter esse tipo de introdução. Acho uma pena, já que é uma forma de se testar o talento de novos animadores e de agradar o público mais saudosista. Porém, tivemos todos os outros filmes com curtas antes para analisar. Separei, na minha opinião, do pior pro melhor em cada caso. Comentem depois se concordam ou discordam com a ordem:
Nota 1 - O curta que antecede Viva - A Vida é uma Festa não foi exibido no Brasil por conta da polêmica que causou nos EUA. Trata-se de Frozen: A Aventura de Olaf, com 21 minutos de duração, que desagradou grande parte do público e da crítica pela duração, por isso não consta na lista.
Nota 2 - Alguns curtas excelentes que você já deve ter visto no cinema ou em casa não estarão na lista por antecederem filmes da Disney Animation Studio. Cito como exemplo três deles: O Avião de Papel (que precede Detona Ralph), O Banquete (antes de Operação Big Hero 6) e Trabalho Interno (anterior à Moana, feito pelo brasileiro Leo Matsuda).
Nota 1 - O curta que antecede Viva - A Vida é uma Festa não foi exibido no Brasil por conta da polêmica que causou nos EUA. Trata-se de Frozen: A Aventura de Olaf, com 21 minutos de duração, que desagradou grande parte do público e da crítica pela duração, por isso não consta na lista.
Nota 2 - Alguns curtas excelentes que você já deve ter visto no cinema ou em casa não estarão na lista por antecederem filmes da Disney Animation Studio. Cito como exemplo três deles: O Avião de Papel (que precede Detona Ralph), O Banquete (antes de Operação Big Hero 6) e Trabalho Interno (anterior à Moana, feito pelo brasileiro Leo Matsuda).
Nota 3 - Por fim, eu me baseei apenas nos curtas que antecedem os filmes da Pixar. Curtas como As Aventuras de André e Wally B. e Sonho do Red, dos primórdios do estúdio, eu não considerei. O mesmo vale para aqueles que eram baseados nos seus longas (exceto a décima sexta posição), como o curta do Zezé, em Os Incríveis, ou do carro do Mike, em Monstros S.A.
19º - Tin Toy (Toy Story)
O primeiro curta do estúdio a receber notoriedade chegou até a ser um protótipo para o filme que acabou por anteceder: Toy Story. Com efeitos bem primários e sendo apenas um teste nos anos 80 para a criação da Pixar como ela é, seria até injusto colocá-lo na lista, mas mesmo assim, faz parte do passado da empresa. A ideia do brinquedo principal chegou até a ser aproveitada em outras duas ocasiões. Uma é na décima sétima posição dessa lista. A outra, vocês poderão conferir em Toy Story 4, pois há boatos de que ele aparece como easter egg.
18º - Quase Abduzido (Ratatouille)
Infelizmente, um dos curtas mais esquecidos da história da Pixar, que conta a história de dois alienígenas verdinhos e atrapalhados tentando abduzir um homem que estava dormindo, residente de uma fazenda clichê no interior dos EUA. É até engraçadinho à primeira vista, mas não passa muito além disso. Uma pena, pois antecede um dos filmes mais bem produzidos e com grande memória do público em geral, Ratatouille.
17º - A Banda de um Homem Só (Carros)
Lembram que falei da referência de Tin Toy lá atrás? Pois bem, o curta A Banda de um Homem Só se passa em um vilarejo que, se fosse arriscar a localização, diria ser algo no estilo germânico. Por lá, dois homens que tocam muito bem seus instrumentos disputam quem irá ganhar uma esmola de uma criança impressionada. O final é irritante, pois sério, quem gosta dessa criança exibida?
16º - Toy Story Toons: Férias no Havaí (Carros 2)
Barbie e Ken, de Toy Story 4, vão passar a lua de mel no Havaí. Essa é a premissa do curta que antecede Carros 2. Ele foi crucial para o surgimento de uma série de curtas de Toy Story com os brinquedos da Bonnie, mas desses curtas específicos, é um dos mais fracos.
15º - Pular (Os Incríveis)
Dou méritos para a tentativa de fazer algo diferente na Pixar. Mas não sou muito fã da história da ovelhinha saltitante, cantada por um narrador que sabe rimar bem suas frases. Acredito que esse e o próximo, na verdade, se mantém na linha da neutralidade, não são ruins, mas não chegam a superar os outros da lista.
14º - Knick Knack (Procurando Nemo)
Outro curta bem simplório sobre um boneco de neve que tenta escapar do seu globo de neve artificial. Porém, quem assistiu Tin Toy mais uma vez vai pegar a referência do personagem, o que talvez, é mais um easter egg do Pixarverso. Mesmo assim, reforço que acho simples demais se comparado aos seus sucessores.
13º - Coisas de Pássaros (Monstros S.A.)
A partir daqui, os curtas começam a brigar na disputa dos melhores pra mim. O primeiro é um dos mais lembrados pelo público até hoje. Coisa de Pássaros é a história do pássaro gigante se intrometendo na fiação com outros pássaros pequenos. Um clássico divertido que, espero, passará por gerações de fãs.
12º - Presto (Wall-e)
Se tem alguém que supera a irritação da criança de A Banda de Um Homem Só, certamente é o coelho de Presto. A perseguição entre ele e o mágico torna o curta bem divertido e sem tempo para piscar. Mas diferente da irritação que sinto ao ver o curta que antecede Carros, esse é bem construído e a gente entende a motivação do coelhinho.
11º - Parcialmente Nublado (Up - Altas Aventuras)
Nuvens são deuses e eu posso provar. Parcialmente Nublado é uma daquelas histórias de aceitação que só a Pixar sabe fazer. A nuvem cinzenta, apesar de criar vidas não tão bonitinhas e fofinhas como das outras nuvens, acaba ganhando a atenção que tanto queria da cegonha, que se adapta para ajudar a amiga. Não tem como não se apaixonar por esse.
10º - Luxo Jr. (Toy Story 2)
Esse em especial fez tanto sucesso de público que não temos como esquecer a relação da luminária com a bola estrelada ao nos lembrarmos da Pixar. Um clássico desses merecia, ao menos, figurar no top 10, não é mesmo? E aquela música de pianinho ao fundo não dá para esquecer.
9º - Os Heróis de Sanjay (O Bom Dinossauro)
Esse curta eu lembro de ter visto a primeira vez ainda na CCXP e olha, difícil não se apaixonar pela história e conceito dele. A criatividade do pequeno indiano Sanjay é a mesma que eu costumava ter quando pequeno, e isso me trouxe boas lembranças. Pode não ser um dos mais marcantes da Pixar, mas tem um lugar no meu coração.
8º - Lou (Carros 3)
Nessa posição e na próxima, estão dois curtas polêmicos da Pixar. Lou, infelizmente, não recebeu o tanto de prestígio que deveria receber como outros curtas, mas acho que foi feito numa delicadeza sem igual. A disputa entre o monstro imaginário das coisas perdidas e o pequeno valentão mostra a importância de se fazer amigos, e não de destruir amizades.
7º - Bao (Os Incríveis 2)
Esse é o mais recente e com certeza você saiu da sessão de Os Incríveis 2 com aquela dúvida: o que foi que eu acabei de assistir? Bem, Bao não é dos mais fáceis curtas de se entender, mas está longe de ser um canibalismo gratuito. A relação da mãe com o filho é tocante e a Pixar é craque em fazer isso em poucos minutos (quem nunca chorou no começo de Up, que atire a primeira pedra).
6º - La Luna (Valente)
Como esse passava com frequência no Disney Channel durante seus comerciais, eu acabei vendo inúmeras vezes. Mas mesmo assim, é um dos meus favoritos. A relação entre avô, pai e filho e a história focada na limpeza das estrelas que caem na lua é uma ideia surreal e que nos deixa com um sorrisinho bobo depois do curta.
5º - Dia e Noite (Toy Story 3)
Diferente de qualquer curta feito pela Pixar, esse tem um aspecto mais voltado pro 2D com mistura de imagens reais. E olha, não é que deu certo? Dia e Noite sabe mesclar bem o humor e a união entre as coisas. Seja você um defensor do dia ou da noite, ambos precisam existir para o equilíbrio das coisas como elas são. Essa mensagem é passada de forma sutil no curta, o que o deixa ainda mais primoroso.
4º - Lava (Divertida Mente)
"Eu digo que meu sonho é ter, você junto a mim, eu junto a você. Alguém ao meu lado feliz eu ficava, e o nosso amo cintiLAVAAAAA". Se você não saiu da sessão de Divertida Mente com essa música na cabeça, você assistiu errado. A história de amor entre dois vulcões cantadas ao som de um ukulelê com certeza é um dos melhores curtas da Pixar, que prova que o amor sempre persiste no final. I Lava You.
3º - O Guarda-Chuva Azul (Universidade Monstros)
Quer algo mais triste que a história de dois vulcões se apaixonando? Então que tal dois guarda-chuvas com amor à primeira vista? Feito com cores perfeitas para o cenário de chuva e sob as adversidades da tempestade, O Guarda-Chuva Azul é uma grata surpresa para quem for assistir ao curta.
2º - O Jogo de Geri (Vida de Inseto)
O curta da Pixar que definitivamente marcou minha infância e sempre comentei com meu pai foi O Jogo de Geri. É aquele curta do velhinho jogando xadrez contra um árduo oponente: ele mesmo. O Pixaverso é tão bem construído que Geri aparece depois em Toy Story 2, indo consertar o Woody. Apenas um curta conseguiu superar esse clássico no meu ranking.
1º - Piper (Procurando Dory)
Você até pode ter achado Procurando Dory aquém de Procurando Nemo, mas não dá para negar o quão lindo é o curta Piper. A gaivota que tenta tocar a primeira vez no mar, mas tem medo, é perfeito do início ao fim, em questão de animação, trilha sonora e enredo. Foi uma das grandes vitórias da Pixar no Oscar de 2017 (e uma das únicas cinco, junto de Tin Toy, O Jogo de Geri, Coisas de Pássaro e Bao), e certamente merece todo o destaque pra mim.
Imagens: YouTube
~Murilo/Mud
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