É hora de você assistir Boku no Hero Academia


Olá pessoas, como vão? Chegamos à metade do ano e percebi que ainda não falei de animes/mangás em pleno 2017. Bem, hoje o assunto será esse e, é claro, não poderia ser diferente: Boku no Hero Academia, o anime do momento.

A série ficou famosa no Brasil no ano passado, com a primeira temporada da animação, e popularizou definitivamente com a chegada dos volumes aqui pela JBC. A história é a respeito de um mundo onde quase todos os seres humanos possuem alguma habilidade ou super poder desde o momento em que nasce. Isso é chamado de dom, pois faz parte das necessidades físicas que a pessoa carrega em si. 

Porém, como sempre, nem todos têm essa sorte, incluindo o jovem Midoriya Izuku, o protagonista. Mas a sorte dele muda ao ser salvo de um ataque de um vilão pelo super-herói mais famoso do mundo: All Might. Ele dará a Izuku a chance de conseguir usar super poderes pela primeira vez e o garoto, com isso, entra em uma escola preparatória para virar um herói profissional.

Lembra um pouco aquele filme Sky High, da Disney, sabe? Mas ao contrário do filme, temos personagens e tramas mais consistentes (falarei mais abaixo). Pois bem, atualmente, estamos no volume 5 aqui no Brasil (lançado na semana passada) e indo ao episódio 16 na saga do anime. No Japão, temos capítulos semanais e encontra-se no volume 14 nos encadernados. 

Confesso a vocês que à primeira vista, pode soar como um tema clichê e desgastante. Mas se você quer saber o motivo de tanto alvoroço e o porquê de ter uma legião crescente de fãs dessa obra, que chegou a ser descartada pelos japoneses e hoje é uma das mais vendidas até mesmo lá, é só continuar a leitura:


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  • Linha temporal
Vamos começar por aqui. É importante que um autor tenha em mente até onde ele pode expandir a sua obra e qual a melhor maneira de não entregar os louros e combinações adiantadamente. Vou dar como exemplo duas séries de mangás/animes que curto pacas e que seguem caminhos distintos.

Fairy Tail acabou nessa semana (o mangá, em breve posto algo sobre). A história tinha tudo para ser maior, mas o mangaká Hiro Mashima decidiu focar em três guildas das trevas  um país vizinhos apenas. O continente foi explorado, o mundo não. Sabíamos que os protagonistas iriam enfrentar as três guildas e o país vizinho e depois acabaria. Mas por preguiça ou desinteresse ou simplesmente achar que já tinha feito tudo, o autor não quis expandir a obra.

Agora One Piece. Hoje, inclusive, a obra completa 20 anos. Desde 1997, sabemos que Luffy quer ser o rei dos piratas. Mas para isso, ele teve que atravessar o East Blue e agora enfrentar a Grand Line e seus percalços. Sabemos a trajetória de OP desde o começo, seu mundo louco e compreensível ao mesmo tempo, o quão longe o autor pode chegar e como será feito o desfecho, mesmo que dure mais vinte anos. Oda é o oposto de Mashima, não cansa de expandir o mundo de One Piece.

Quanto a Boku no Hero, eu acredito que seja uma mescla de ambos, atingindo o equilíbrio ideal de quanto uma obra irá durar. O foco é no jovem Midoriya e em seu tempo na escola. São três anos letivos na U.A., logo, não estamos nem na metade, já que ainda estão no primeiro ano. Acredito que a obra tenha muito pano para a manga e os poderes deles estão superficiais e quase nulos se levarmos em conta o quanto podem evoluir, especialmente o One for All do protagonista. Isso nos leva a crer que o mangaká Kohei Horikoshi não se expandirá além dos três anos e será centrado como Mashima, mas pode colocar ideias a mil em três anos escolares e trazer elementos inusitados o quanto quiser, como Oda. Essa é a fórmula de uma boa linha temporal.
  • Superação e lição de moral
Midoriya é o clássico personagem motivacional que aprende com os erros e usa sua inteligência para mudar o comportamento das pessoas a seu redor. Por isso, sempre fica uma mensagem de evolução na obra que até chega a emocionar quem assiste. Isso acontece durante o festival da U.A. com Todoroki, na luta contra Stain para Iida, e muitas outras vezes ao decorrer da série. 
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E o que mais gosto é que nem sempre o protagonismo vence. Midoriya não é o herói que vai levar o destaque, é aquele que irrita seus adversários pela cumplicidade e jeito heroico com os outros, o que constrói um personagem marcante. Ele me lembra um pouco o Tsunayoshi Sawada, de Katekyo Hitman Reborn, um chorão que ganha força com o seu mentor e agrega todos ao seu redor em prol de algo maior. E devo dizer que acho que isso nunca sairá de moda.
  • Personagens complexos
O importante em uma série animada desse naipe é dar profundida aos personagens. Todos têm uma motivação e a maioria esconde um passado. As histórias de Todoroki, All Might e do próprio Midoriya comprovam isso. E os objetivos de Bakugo, Uraraka, Iida e Kirishima, por exemplo, nos levam a pensar no potencial deles para o futuro da série. 
  • Boas lutas
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Uma das minhas partes preferidas, todo bom anime shonen precisa ter boas lutas. E a adaptação cartunesca foi excelente, as lutas de Midoriya vs Todoroki, Stain vs alunos da UA e tantas outras estão num grau de arrepiar os pelos e dar aquele gostinho de quero mais para o próximo episódio. Estão bem adaptadas e até melhores em alguns momentos de corte do mangá. Algumas são até exclusivas, como Shiozaki e Iida, Ashido e Tokoyami, e por aí vai.
  • Trilha sonora empolgante
O que dizer das openings e encerramentos? As duas primeiras ops são ótimas, a terceira é mais calma mas não deixa de ser boa também, mas Peace Sign é sem dúvida a melhor delas. Em contrapartida, o último dos três encerramentos é engraçado e cativante. Boas song choices para a obra num todo.
  • Falta de concorrência à altura
Por fim, convenhamos. Tirando reboots de séries como DragonBall Super e Boruto, o que tem se falado no mundo dos animes shonen? As novas temporadas de Fairy Tail e Nanatsu no Taizai só virão ano que vem, Magi sumiu, Bleach acabou, One Piece continua firme e forte mas muitos não acompanham pela longa lista de coisas a assistir, Ajin teve temporada concluída na Netflix. Seria um mercado perfeito para uma série como essa despontar de vez? Eu aposto que sim.

Fonte das imagens: YouTube

~Murilo/Mud

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