Prós e Contras: Lollapalooza 2017

Último dia de março ainda vale? Claro que sim! Atrasei a postagem do mês, pessoal, mas o motivo foi bom: o tema dessa postagem é o festival Lollapalooza! Eu, o senhor Gustavo e nossa amiga Giovanna fomos ao compilado de shows que reuniu uma procissão ao Autódromo de Interlagos. E no mesmo esquema que faço todo dezembro com a CCXP, vou postar aqui a minha sincera e irrelevante simples opinião sobre o evento. Foi a minha primeira vez por lá e a segunda do Gustavo, então fizemos uma comparação e eis o resultado:

PRÓS

Lineup

Boatos de que iria dar errado, não é mesmo? Como diria Fausto Silva: Errooouuuu. O lineup foi variado e reuniu bandas e cantores talentosos, que deram um show digno ao público e enalteceram a diversidade rítmica que marca o Lolla. Metal, rap, folk, pop, rock, indie, eletrônica: tinha pra todos os gostos. E mais: um pouco de cada pedaço do globo estava por lá: Dinamarca, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Irlanda e, claro, Brasil. Só senti falta de atrações dos nossos compatriotas chilenos e argentinos, que também terão sua versão nos próximos finais de semana. Mas não tem como negar: tiro certo do Lolla em montar um lineup desses.
 
Estrutura dos palcos

Se você viu algum show no palco Perry, deve ter sido impossível sair limpo de lá. Chuva de confete e serpentina foram destaque em shows de música eletrônica. Ou prefere brincar com as bolas de praia jogadas pelo Duran Duran? E quanto ao som? Pergunte aos rapazes do Rancid, que foram ouvidos até em quem saía do palco Onix, o mais longe do Lollapalooza. Mas e as luzes? Um espetáculo performático como o de The Weeknd deixou bem o recado sobre iluminação. Foi de ficar maluco! Resumindo: cada palco mais bonito e bem equipado que o outro.

Pulseira AXE Cashless

A grande novidade cercada por polêmicas nesse ano foi a tal pulseira. Vamos falar primeiro da parte ruim: teve gente besta que não leu as instruções e colocou a pulseira antes do show. Teve gente, dessa vez sem culpa, que não conseguiu entrar por problemas na pulseira. Mas resumindo: foi um número mínimo e previsível se comparado às 190 mil visitas. E o que deu certo foi a facilidade de passar a pulseira e de carregá-la, foi um sistema que, ao menos pra mim, funcionou muito bem e ficará marcado para sempre como lembrança desses dias épicos.
 
Experiência por completo

Todos os anos você ouve falar do Lolla e fala: mas será que vale a experiência? Então, não é que vale mesmo, rapaz? Seja pra pular da queda livre oferecida pela Axe, de encontrar o amor da sua vida no Tinder presencial da Skol ou de comer uma comida diferente no Chef's Stage, o Lolla vai além da música, e como diz o subtítulo, é uma experiência completa. Aproveita quem quer, descansa na rede quem quer, faz piquenique na colina quem quer. Essa democracia full festival é uma delícia de ser presenciada.


Pontos pra tirar fotos

Os detalhes em cartazes, bandeiras, palcos, colinas, estandes, logotipos e afins foram um ponto que preciso destacar. Como é bacana você se expor pra tirar fotos que só em um festival dessa dimensão seria possível. Meu favorito foi a palavra Lollapalooza da entrada, colorida, simples e grande, pra atender toda a demanda.


Funcionários

Atenciosos, simpáticos e, principalmente, informados. Defino assim os ambulantes, colaboradores e funcionários do Lolla. Na hora da saída, foram prestativos. Na hora da entrada, a revista foi bem melhor do que em muito festival. Não via tia do hot dog entrando com o cooler que nem uma andarilha durante os shows, apenas em intervalos, ao contrário do que acontece no Allianz. Portanto, tão de parabéns.


Diversidade de público

Pra fechar a parte boa, não tem como negar que a criatividade do público faz parte do festival. Roupa de girafa, chifre de unicórnio, plumas, paetês, bordados, rasgados, teve de tudo! E quando digo de tudo, isso inclui casais. Homossexuais, bissexuais, trans, cisgênero, famílias de todos os tipos. E idade, claro, desde crianças até idosos. O Lolla é legal também por isso, você não precisa ter medo de mostrar quem você é. É só se jogar na festa!

NEUTROS

Nem ia fazer, mas tem três itens que preciso comentar aqui:

Horários dos shows

Não vou dizer que foi perfeito, mas entendi a maioria dos horários. Vou dar exemplos de bons horários: sábado no palco Skol teve três bandas de rock seguidas: Cage, Rancid e Metallica. Ponto positivo. Outro ponto legal? MØ e Melanie no Axe no domingo. Agora vamos pra parte ruim? Suricato é maravilhoso, adoro eles, mas serinho, não mereciam aquele público que não gostava deles no palco Skol, eram fãs de outras bandas esperando por lá que chegaram a gritar o nome de outros cantores. Eu e mais meia dúzia que puxamos o coro pros caras. Sugiro mesmo é a criação de um palco nacional para atender essas demandas. 

Outro exemplo ruim? Duran Duran no domingo de tarde. Eu inverteria Duran com Two Door, Duran combina mais com banda família às 17h30 no palco grandão enquanto o Two Door tem a mesma pegada indie do 1975, que foi no palco Onix. E combinava mais a sequência Two Door e The Weeknd e a outra sequência: Duran e Strokes. Principalmente em idade do público. Ah, não posso deixar de comentar outros horários que me incomodaram: Vance Joy e Catfish foi de cortar o coração, podiam ter invertido Catfish com Jimmy Eat World, não ia doer em nada. E o que foi Flume no Axe, que é maior, pro Garrix, que é mais conhecido, no Perry, e tipo: no mesmo horário? Tem coisa que não dá pra entender, mas enfim.

Preços

A questão do preço é relativo. Achei que teve preço exorbitante sim, em especial no Chef's Table e o famigerado pastel de 15 reais. Mas teve preço bom sim, água a seis reais, eu jurava que ia sair mais caro ainda, e espetinhos por oito ou dez reais, foram uma boa pedida. Por isso deixei como neutro.

Pontualidade

A maioria dos shows do Lolla foi pontual. No sábado, todos foram na verdade. No domingo, TDCC atrasou dez minutos, Duran Duran cinco, e The Weekend mais cinco. Quais seriam os motivos? Queria mesmo saber.

Banheiros

Foram medianos. Eram químicos, claro, mas nem todos tinham torneira pra lavar a mão. 

CONTRAS

Distância entre palcos

Eu entendo que pra abranger o público os palcos precisam ser distantes. Imagina essa confusão no jóquei. Mas, convenhamos, não dava para ao menos alargar as entradas e saídas dos palcos? Principalmente na transição do Onix pro Skol, a multidão era gigantesca e chegava a assustar. Isso poderia ser rearranjado para o próximo ano.

Insetos

Eu morro de medo de grilo e não esperava que ia encontrar tantos assim. Fora eles, gafanhotos, borrachudos, pernilongos e moscas tomaram conta e fizeram o palco Skol ser uma pequena praga pra quem sentava. "Ah, mas eles tão no habitat deles, bla bla bla". Na verdade, não, são infestações mesmo, e diferente do palco Onix, onde a grama tava podada, deu pra sentar e os bichos eram poucos, o palco Skol precisava da visita do jardineiro. E no Axe, o que foi aquelas pedrinhas pra pular no show do Criolo, gente? Troca isso que dá tempo, organização! 

Entrada para a imprensa

Saia do trem da CPTM. Caminhe pela selva de camelôs durante dez minutos. Suba uma ladeira interminável, do tamanho da sua ansiedade. Ande mais sete minutos à direita. Você chegou... na entrada normalol. Dê a volta no autódromo inteiro, do lado de fora, onde Judas perdeu as meias, para chegar ao Top Secret portão de ferro, sem identificação, da imprensa. Jornalista sofre nessas horas, acompanhamos a Gi, que foi fazer cobertura a trabalho por lá, e achamos um absurdo essa falta de identificação e distância para quem é da imprensa entrar.

Locais de retirada da pulseira

Aqui tá um problema pré-festival. Vá em qualquer post do Facebook do Lollapalooza antes dos dias do show. Os comentários são repetitivos: minha pulseira não chegou. E olha, no meu caso, eu pedi para retirar no local, mas jurava que seriam locais acessíveis. Os dois disponíveis eram o Citibank (pra quem mora no ABC, é muuuito longe) e o Market Place, que na verdade, é quase vizinho do Citibank. Não rolou, sério, podiam ter opções mais viáveis desde o começo. Não bastasse isso, dão o prazo esdrúxulo de um mês apenas para retirar, e o do Market Place ainda era uma semana antes que acabava o prazo. Até que liberaram mais dois lugares mais ou menos depois do povo reclamar, mas pra mim, já era tarde. E no Market Place, a loja alugada sequer tinha nome, foi meia hora só de procura. Ao menos o atendimento lá foi bom, ou seja, funcionários bons novamente. Só precisam de organizadores melhores.

Filas para comer

Nem me estenderei demais nesse assunto, mas a breja da galera acabou sábado pela noite. E o Chef's Stage, naquele cantinho, parecia um formigueiro. Não dava pra comer por lá não, o melhor a fazer foi trazer comida de casa.

Público sem educação

Por fim, um recado pro público: tinha uma penca de lixeira lá, não precisa jogar copinho no chão não, povin folgado. Ah, entendo a galera querer usar dorgas e tudo mais, mas podiam ter um bom senso de quando usar e quando não usar, especialmente se você tá na muvuca do show ao lado de uma criança, cara. De resto, até que não foi de todo ruim.


Resultado: o Lolla tem pontos de organização a melhorar sim, especialmente nos bastidores, mas no geral, consegue entregar um festival bacana, com boas atrações e cores para todos os lados. E dependendo do lineup, volto ano que vem com o maior prazer :)

~Murilo/Mud

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