Último dia de março ainda vale? Claro que sim! Atrasei a postagem do mês, pessoal, mas o motivo foi bom: o tema dessa postagem é o festival Lollapalooza! Eu, o senhor Gustavo e nossa amiga Giovanna fomos ao compilado de shows que reuniu uma procissão ao Autódromo de Interlagos. E no mesmo esquema que faço todo dezembro com a CCXP, vou postar aqui a minha sincera e irrelevante simples opinião sobre o evento. Foi a minha primeira vez por lá e a segunda do Gustavo, então fizemos uma comparação e eis o resultado:
Se você viu algum show no palco Perry, deve ter sido impossível sair limpo de lá. Chuva de confete e serpentina foram destaque em shows de música eletrônica. Ou prefere brincar com as bolas de praia jogadas pelo Duran Duran? E quanto ao som? Pergunte aos rapazes do Rancid, que foram ouvidos até em quem saía do palco Onix, o mais longe do Lollapalooza. Mas e as luzes? Um espetáculo performático como o de The Weeknd deixou bem o recado sobre iluminação. Foi de ficar maluco! Resumindo: cada palco mais bonito e bem equipado que o outro.
Não vou dizer que foi perfeito, mas entendi a maioria dos horários. Vou dar exemplos de bons horários: sábado no palco Skol teve três bandas de rock seguidas: Cage, Rancid e Metallica. Ponto positivo. Outro ponto legal? MØ e Melanie no Axe no domingo. Agora vamos pra parte ruim? Suricato é maravilhoso, adoro eles, mas serinho, não mereciam aquele público que não gostava deles no palco Skol, eram fãs de outras bandas esperando por lá que chegaram a gritar o nome de outros cantores. Eu e mais meia dúzia que puxamos o coro pros caras. Sugiro mesmo é a criação de um palco nacional para atender essas demandas.
Eu morro de medo de grilo e não esperava que ia encontrar tantos assim. Fora eles, gafanhotos, borrachudos, pernilongos e moscas tomaram conta e fizeram o palco Skol ser uma pequena praga pra quem sentava. "Ah, mas eles tão no habitat deles, bla bla bla". Na verdade, não, são infestações mesmo, e diferente do palco Onix, onde a grama tava podada, deu pra sentar e os bichos eram poucos, o palco Skol precisava da visita do jardineiro. E no Axe, o que foi aquelas pedrinhas pra pular no show do Criolo, gente? Troca isso que dá tempo, organização!
Nem me estenderei demais nesse assunto, mas a breja da galera acabou sábado pela noite. E o Chef's Stage, naquele cantinho, parecia um formigueiro. Não dava pra comer por lá não, o melhor a fazer foi trazer comida de casa.
PRÓS
Lineup
Boatos de que iria dar errado, não é mesmo? Como diria Fausto Silva: Errooouuuu. O lineup foi variado e reuniu bandas e cantores talentosos, que deram um show digno ao público e enalteceram a diversidade rítmica que marca o Lolla. Metal, rap, folk, pop, rock, indie, eletrônica: tinha pra todos os gostos. E mais: um pouco de cada pedaço do globo estava por lá: Dinamarca, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos, Canadá, Irlanda e, claro, Brasil. Só senti falta de atrações dos nossos compatriotas chilenos e argentinos, que também terão sua versão nos próximos finais de semana. Mas não tem como negar: tiro certo do Lolla em montar um lineup desses.
Estrutura dos palcos
Pulseira AXE Cashless
A grande novidade cercada por polêmicas nesse ano foi a tal pulseira. Vamos falar primeiro da parte ruim: teve gente besta que não leu as instruções e colocou a pulseira antes do show. Teve gente, dessa vez sem culpa, que não conseguiu entrar por problemas na pulseira. Mas resumindo: foi um número mínimo e previsível se comparado às 190 mil visitas. E o que deu certo foi a facilidade de passar a pulseira e de carregá-la, foi um sistema que, ao menos pra mim, funcionou muito bem e ficará marcado para sempre como lembrança desses dias épicos.
Experiência por completo
Todos os anos você ouve falar do Lolla e fala: mas será que vale a experiência? Então, não é que vale mesmo, rapaz? Seja pra pular da queda livre oferecida pela Axe, de encontrar o amor da sua vida no Tinder presencial da Skol ou de comer uma comida diferente no Chef's Stage, o Lolla vai além da música, e como diz o subtítulo, é uma experiência completa. Aproveita quem quer, descansa na rede quem quer, faz piquenique na colina quem quer. Essa democracia full festival é uma delícia de ser presenciada.
Pontos pra tirar fotos
Os detalhes em cartazes, bandeiras, palcos, colinas, estandes, logotipos e afins foram um ponto que preciso destacar. Como é bacana você se expor pra tirar fotos que só em um festival dessa dimensão seria possível. Meu favorito foi a palavra Lollapalooza da entrada, colorida, simples e grande, pra atender toda a demanda.
Funcionários
Atenciosos, simpáticos e, principalmente, informados. Defino assim os ambulantes, colaboradores e funcionários do Lolla. Na hora da saída, foram prestativos. Na hora da entrada, a revista foi bem melhor do que em muito festival. Não via tia do hot dog entrando com o cooler que nem uma andarilha durante os shows, apenas em intervalos, ao contrário do que acontece no Allianz. Portanto, tão de parabéns.
Diversidade de público
Pra fechar a parte boa, não tem como negar que a criatividade do público faz parte do festival. Roupa de girafa, chifre de unicórnio, plumas, paetês, bordados, rasgados, teve de tudo! E quando digo de tudo, isso inclui casais. Homossexuais, bissexuais, trans, cisgênero, famílias de todos os tipos. E idade, claro, desde crianças até idosos. O Lolla é legal também por isso, você não precisa ter medo de mostrar quem você é. É só se jogar na festa!
NEUTROS
Nem ia fazer, mas tem três itens que preciso comentar aqui:
Horários dos shows
Outro exemplo ruim? Duran Duran no domingo de tarde. Eu inverteria Duran com Two Door, Duran combina mais com banda família às 17h30 no palco grandão enquanto o Two Door tem a mesma pegada indie do 1975, que foi no palco Onix. E combinava mais a sequência Two Door e The Weeknd e a outra sequência: Duran e Strokes. Principalmente em idade do público. Ah, não posso deixar de comentar outros horários que me incomodaram: Vance Joy e Catfish foi de cortar o coração, podiam ter invertido Catfish com Jimmy Eat World, não ia doer em nada. E o que foi Flume no Axe, que é maior, pro Garrix, que é mais conhecido, no Perry, e tipo: no mesmo horário? Tem coisa que não dá pra entender, mas enfim.
Preços
A questão do preço é relativo. Achei que teve preço exorbitante sim, em especial no Chef's Table e o famigerado pastel de 15 reais. Mas teve preço bom sim, água a seis reais, eu jurava que ia sair mais caro ainda, e espetinhos por oito ou dez reais, foram uma boa pedida. Por isso deixei como neutro.
A maioria dos shows do Lolla foi pontual. No sábado, todos foram na verdade. No domingo, TDCC atrasou dez minutos, Duran Duran cinco, e The Weekend mais cinco. Quais seriam os motivos? Queria mesmo saber.
Banheiros
Foram medianos. Eram químicos, claro, mas nem todos tinham torneira pra lavar a mão.
CONTRAS
Distância entre palcos
Eu entendo que pra abranger o público os palcos precisam ser distantes. Imagina essa confusão no jóquei. Mas, convenhamos, não dava para ao menos alargar as entradas e saídas dos palcos? Principalmente na transição do Onix pro Skol, a multidão era gigantesca e chegava a assustar. Isso poderia ser rearranjado para o próximo ano.
Insetos
Entrada para a imprensa
Saia do trem da CPTM. Caminhe pela selva de camelôs durante dez minutos. Suba uma ladeira interminável, do tamanho da sua ansiedade. Ande mais sete minutos à direita. Você chegou... na entrada normalol. Dê a volta no autódromo inteiro, do lado de fora, onde Judas perdeu as meias, para chegar ao Top Secret portão de ferro, sem identificação, da imprensa. Jornalista sofre nessas horas, acompanhamos a Gi, que foi fazer cobertura a trabalho por lá, e achamos um absurdo essa falta de identificação e distância para quem é da imprensa entrar.
Locais de retirada da pulseira
Aqui tá um problema pré-festival. Vá em qualquer post do Facebook do Lollapalooza antes dos dias do show. Os comentários são repetitivos: minha pulseira não chegou. E olha, no meu caso, eu pedi para retirar no local, mas jurava que seriam locais acessíveis. Os dois disponíveis eram o Citibank (pra quem mora no ABC, é muuuito longe) e o Market Place, que na verdade, é quase vizinho do Citibank. Não rolou, sério, podiam ter opções mais viáveis desde o começo. Não bastasse isso, dão o prazo esdrúxulo de um mês apenas para retirar, e o do Market Place ainda era uma semana antes que acabava o prazo. Até que liberaram mais dois lugares mais ou menos depois do povo reclamar, mas pra mim, já era tarde. E no Market Place, a loja alugada sequer tinha nome, foi meia hora só de procura. Ao menos o atendimento lá foi bom, ou seja, funcionários bons novamente. Só precisam de organizadores melhores.
Filas para comer
Público sem educação
Por fim, um recado pro público: tinha uma penca de lixeira lá, não precisa jogar copinho no chão não, povin folgado. Ah, entendo a galera querer usar dorgas e tudo mais, mas podiam ter um bom senso de quando usar e quando não usar, especialmente se você tá na muvuca do show ao lado de uma criança, cara. De resto, até que não foi de todo ruim.
Resultado: o Lolla tem pontos de organização a melhorar sim, especialmente nos bastidores, mas no geral, consegue entregar um festival bacana, com boas atrações e cores para todos os lados. E dependendo do lineup, volto ano que vem com o maior prazer :)
~Murilo/Mud
Comentários
Postar um comentário