E aí pessoas, como estão? Hoje o dia foi conturbado com a aparição do pirralho mais bem quisto da Marvel, o Mr. Spiderman, mas enquanto ele fazia suas arruaças com a teia no escudo do Cap, cá estava este que vos fala assistindo ao lançamento do dia: o terceiro filme da série Divergente - Convergente. Vi o filme com legenda tão mal revisada que tinha frases em espanhol, fora que o Cinemark resolveu deixar a tela em preto e travada por mais ou menos sete minutos. Uhu!
We keep this love in a photograph. As imagens da Chicago distópica e do planeta apocalíptico da série ficaram excepcionais. Desde a travessia de Tris e companhia do muro até o Centro Genético (Bureau of Genetic Welfare), cada detalhe natural deve ser apreciado. A vista do sexteto por cima da muralha, as dunas com aspecto marciano radioativo que representa a Margem, a belíssima paisagem futurista como as redes/bolhas flutuantes e drones inacreditáveis, os gases alaranjados do Soro da Memória, e a pureza da sala de David. Um jogo de cores, luzes, sombras e efeitos que enchem nossos olhos de euforia e gosto. Ponto fortíssimo para o filme.
O filme segue os acontecimentos exatamente de onde terminou o filme anterior. A galera corre até o muro e... bem, a partir daqui mostrarei SPOILERS, você foi avisado. O livro "Convergente" é dos três, o que menos gosto da série. Entretanto, o efeito com o filme teve efeito reverso na minha concepção e considero o melhor da até então trilogia (teremos um derradeiro e último filme em 2017 com o nome Ascendente). Como nem tudo são flores, destaco a seguir as melhores pérolas e as piores ostras do longa:
PRÓS
Fotografia
Fonte: www.today.com |
Atuação do Elenco
Fonte: divergent.wikia.com |
Lembram-se no primeiro filme da Beatrice gritalhona e do Quatro apático? Isso mudou. Convergente tem a melhor atuação do elenco principal: nunca antes vimos Theo James (Tobias/Quatro) com tanto vigor e emoção, uma Shailene Woodley (Tris) tão concentrada e profissional e um Ansel Elgort (Caleb) tão convincente no papel medroso do irmão da protagonista. Sem contar o novo vilão: David, interpretado por Jeff Daniels. O elenco está unido e impecável.
Adaptação bem-vinda
Fonte: www.ew.com |
Insurgente ficou marcado como uma adaptação ruinzinha de livro para filme. E quanto a Convergente? Bem, não é fiel ao livro em muitas partes, mas devo dizer que as mudanças foram necessárias. A começar por Quatro tendo um papel mais heroico e menos traíra, cortando a parte da bomba que ele e Nita deixam escapar no centro e aquela historinha ridícula com o povo da Margem. Outra mudança fundamental para que tenhamos o quarto filme é a personalidade de David. Ele perde o jeito melancólico e ressentido, aquele que um dia amou Natalie Prior e vira uma clássico ser malvado de Hollywood. Christina ganha mais destaque e Caleb não é tão bobo. As mudanças maiores de elenco eu apontarei abaixo, tanto em prós quanto em contras, só que no geral a adaptação agrada fãs do livro e do filme.
Secundários no poder
Fonte: www.cinemablend.com |
Olha eles! Octavia Spencer (Johanna) e Miles Teller (Peter) ganharam um grande destaque em seus papéis. Enquanto ela ficou definitiva como a líder dos Leais, sem nem sequer receber ajuda de Marcus (Ray Stevenson), o moleque mais desprezível da saga foi muito mais do que o covarde Peter que toma o Soro da Memória nos livros. Não que eu descarte essa possibilidade em Ascendente, entretanto é ele quem dá a graça toda ao filme, o alívio cômico e a trairagem que já estamos acostumados. Outras duas participações são de dois orientais: Tori (Maggie Q) que teve seus últimos momentos de forma fiel às páginas de Veronica Roth e Jack Kang (Daniel Dae Kim), ex-líder da Franqueza que surpreendentemente apareceu no filme. Gostaram do papel dele, pelo visto.
Matthew
Fonte:www.hypable.com |
Pense em um novo personagem que começa a gostar cada vez mais de Tris enquanto estuda seu genoma. Agora pensem em outro, que vira o único elo de comunicação entre Tris e Quatro e ajuda Tobias a ser badass numa nave espacial, com pancadaria, luta e tiro. Qual dos dois é melhor? Eu prefiro a segunda versão de Matthew, mais amigo de todos e menos baba ovo de Tris. Bill Skarsgård, o ator que o interpreta, ganhou meu respeito.
CONTRAS
Trilha Sonora
Fonte: www.spin.com |
Bem, desde o primeiro filme temos sérios problemas com a trilha sonora de qualidade da série. E isso já foi lembrado duramente pela crítica. Só que não mudam isso, insistem em deixá-la instrumental. A única musiquinha melhor veio da talentosa Tove Lo, e claro, ficou nos créditos. Ouçam Scars e vejam se não valia a pena colocá-la durante uma cena do filme, como por exemplo, o momento em que são desintoxicados das impurezas como aquele banho de gosma terracota ou no reencontro de Tris e Tobias na base dos Sem Facção.
Nita
Fonte: divergent.wikia.com |
Ao contrário de Matthew, eis uma personagem que prefiro na versão literária. O motivo? Ela simplesmente não serve para muita coisa no filme. No livro, ela instiga Quatro, provoca, o ama como um pivô de separação do casal. Parte com ele para fazer um acordo com a Margem, tenta provar que ser Danificada não é ruim. No longa, Nita (Nadia Hilker) é passiva, só serve para instruir a usar armas e drones e dá uma ajudinha para Tris na fuga do Centro. Sério? Bem, está mais para uma promessa nada promissora.
Cadê o resto do povo?
É a parte que mais desgosto nos filmes da franquia: a falta de alguns detalhes fundamentais ao decorrer da trilogia. Em Insurgente, pularam a bendita cena do Soro da Paz, que faltou agora na terceira adaptação para mostrar que o Soro da Memória vinha da Abnegação e exemplificando que cada Facção tinha seu veneno à mercê. Pior do que isso, é o sumiço de personagens essenciais à trama. Lynn e Marlene foram submissas desde Divergente, só mostraram o suicídio de controle mental de Marlene no segundo filme como se fosse uma qualquer. E Uriah, lembram dele e de seu mano Zeke? O cara da tirolesa no primeiro filme e que bate altos papos com Tris na cobertura da Sede da Franqueza antes do ataque da Erudição no segundo longa. Pois bem, no terceiro livro, ele tem um fim triste: graças a um erro idiota de Quatro, Uriah é atingido por uma bomba que explode no Centro e o deixa em coma, até o dia em que ele não resiste mais e perece. A relação é importante por vários motivos. Quatro tinha prometido ao irmão mais velho de Uriah, Zeke, que protegeria ele depois de atravessarem o muro. Mas é ele mesmo que mata seu protegido, mesmo que acidentalmente. Esse seria o principal pivô para que ele retorne à Chicago.
Fonte: divergent.wikia.com |
Outros dois personagens me fizeram falta: George, o irmão de Tori, que deveria receber a notícia da morte da irmã logo após eles chegarem. A cena é triste, pois a moça faleceu um pouco antes do encontro de Tris com ele, e daria mais carga dramática ao filme. E por fim, Marcus Eaton. Só aparece como cobaia do Soro da Memória, sofre e paga de idiota em frente à ex-esposa. Já no livro ele é o líder dos Leais ao lado de Johanna, o que é importante pois a guerra não é só entre o novo governo instaurado contra os que defendem a facção, mas sim entre Evelyn e Marcus, pai e mãe. E Tobias fica no meio. Ou seja, são várias as influências no personagem. Ao invés disso, colocaram dois novos inimigos que nem lembro o nome direito, aquele que leva Quatro à morte no avião e o tal do Edgar, que era da Audácia e vira ajudante de Evelyn, substituindo uma outra falta desde o primeiro filme: Edward. Muitas substituições, poucas explicações.
NO GERAL
Temos mais prós do que contras, acredito. Com isso, é seguro dizer que o filme agrada à maioria, mas fãs que são fissurados pela obra notarão os mesmo erros apontados.
~Murilo/Mud
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