OneRepublic - Meu terceiro show, mas poderia ter sido o primeiro

Fala pessoal, tudo bem? Era para eu ter postado esse texto no domingo retrasado, mas como voltei cansado do show, acabei saindo no sábado durante o dia inteiro, e passei bem mal ontem, acabou sobrando para a primeira brecha que tive. Novamente, o novato em shows ataca novamente, depois do Imagine Dragons e do Ed Sheeran, chegou a vez do OneRepublic, que posso dizer que empatou com o ID no quesito show inesquecível.

Por onde devo começar? Hum..., ah sim, vou explicar brevemente o que raios é "OneRepublic". A banda proveniente de Colorado Springs, EUA, é formada por cinco músicos talentosos: Eddie Fisher(guitarra), Drew Brown (também guitarrista), Zach Filkins ( violão acústico), Brent Kutzle (piano) e Ryan Tedder (vocal). Ryan, além de ser o vocalista, também é conhecido por ser um exímio compositor, autor e coautor de músicas como Maps (Maroon5), Turning Tables (Adele) e Halo (Beyoncé).

Os rapazes explodiram no MySpace e ganharam notoriedade com o single Apologize, que foi ocada nas rádios com participação do músico Timbaland. Algumas músicas também fizeram sucesso em séries, como The Vampire Diaries, Gossip Girls e Castle. Depois de estourarem a música Secrets, e lançarem dois álbuns, o terceiro chegou com tudo e teve sua turnê de despedida aqui no Brasil. Com o nome "Native", várias referências ao deserto e ao clima de faroeste foram incluídas na trilha. 

Com o novo álbum, músicas como Love Runs Out, I Lived e principalmente, Counting Stars, entraram na boca da galera. A última, inclusive, está prestes a alcançar um bilhão de visualizações no YouTube. Apesar do sucesso, o OneRepublic nunca havia estado no Brasil, mas depois de muita reza dos fãs, eles anunciaram o final da turnê Native nas duas maiores cidades do país: Rio e SP. Com um show mais curto, mas não menos bombástico, eles estrearam em terras tupiniquins no Rock In Rio. E no dia 20, foi a vez do show em que fui em SP, e relatarei nos mínimos detalhes a vocês:

Eu e minha amiga Amanda chegamos à fila por volta das 15h de domingo. Fomos de metrô, bem facinho de chegar mesmo. Esperamos apenas três horinhas na fila que, convenhamos, não estava tão cheia assim. No show do Ed, que também foi no Espaço das Américas, a fila era maior e com mais gritaria. Não querendo comparar, os públicos até são diferentes, mas tinha essa noção de que o 1R era um pouco menos conhecido, o que para mim, não era de todo ruim. Por um lado, evitaríamos a muvuca, por outro, com pouca gente, pairava a dúvida no ar: será que eles voltam?

Assim que entramos e fomos ao mezanino, pude ter noção de que a fila só aparentava estar curta. Do nada, o espaço lotou. Aliás, peguei o mezanino pela primeira vez e já adianto: foi a melhor escolha possível. Dava para ter comido lá em cima sem problemas, e depois ter descido para ficar na pista premium. Mesmo assim, ansioso do jeito que sou, decidi que era melhor ficar lá na frente, pertinho do palco da premium. Ao menos o banheiro do mezanino estava vazio.
Mezanino dá direito à pista premium, pelo mesmo preço!
Este foi o primeiro show que fui que não teve banda de abertura. Uns até gostaram disso, eu já fiquei na dúvida. Enquanto curti o Antonio Lulic, no show do Ed, detestei o DJ que abriu o ID. Enfim, após algumas fotos, selfies e ansiedade aumentando, o show começou.

Don't Look Down abriu o espetáculo sob luzes azuladas e bexigas verdes e amarelas. A música mais curta e quase instrumental da banda introduziu a segunda canção, Light It Up. Até aí, quase toda a banda havia subido no palco, menos Ryan Tedder. O vocalista só subiu depois do primeiro refrão ser cantado, o que deixou a multidão aos berros. E aliás, os holofotes maravilhosos que colocaram, com tonalidade amarelada, ficaram muito legal nessa música.

Mal deu tempo para respirar quando Light It Up acabou e emendaram Secrets. O grito da plateia explodiu de vez, enquanto acompanhávamos a banda em tons que remetiam ao mar pelas luzes. Em seguida, tudo se apagou e entrou o coro de All The Right Moves por crianças, em um vídeo. A música em si foi empolgante, mas não arrematou a galera, que talvez a desconhecesse inteiramente. Foi nela que Ryan fez as primeiras acrobacias em palco. E foi ao fim da música que a primeira resposta do público surgiu. Como eu queria ter dado esse grito, e não é que o pessoal sentia o mesmo? Uma das melhores músicas de Native, chamada Burning Bridges, quase nunca é tocada durante o show. Mas o pessoal insistiu, e um coro pedindo a música deu seus primeiros sinais vitais.

Após o coro cessar, Ryan cumprimentou a galerinha e agradeceu pelo fato de estarmos lá. Disse estar amando o Brasil, que temos pessoas lindas, que a noite compensaria os oito longos anos de espera e tudo mais. E pediu para cantarmos com ele What You Wanted. Com luzes alaranjadas, ficou mais memorável pelo eco das palmas, inclusive dos guitarristas, do que pela letra em si. Então, ele retomou com um dos primeiros hits, em meio às luzes esverdeadas. Tocando violão, o vocalista puxou o refrão de Stop and Stare e abusou no falsete final, como já é de praxe. 

Durante Secrets
Logo depois, uma de minhas favoritas e melhor ainda ao vivo, foi a canção Something I Need. Ryan introduziu o pessoal explicando que a música foi feita enquanto os integrantes estavam bêbados com mais 40 pessoas, e agora eles estavam em cinco, mas que se nós (o público) estivéssemos bêbados também, seria melhor ainda na hora de cantar. Foi mal Ryan, mas não bebo, cantei sóbrio mesmo -q. Ele fez mais acrobacias ainda, como se quisesse cair no palco e usou a rampa até o meio da pista premium pela primeira vez. O vocalista ainda pegou uma das câmeras que filmavam os telões e gravou os fãs em êxtase, escolhendo apenas um close para uma das meninas no final. Até então, havia sido a mais animada e interativa das músicas.

Red light turning blue
A primeira parte do show foi essa. Em seguida, vem o que eles chamam de acústico. A rampa que se estendia ao centro da pista premium, bem do lado em que estava, recebeu um piano enorme. Ryan tocou o sucesso dos sucessos da banda: Apologize, dando um show de piano, incrível! Alguns detalhes ficaram bem legais ao decorrer da música, na parte da letra que ele fala: " I loved you with a fire red, now it's turning blue", a luz vermelha que ficou o tempo inteiro cobrindo o piano, vira o mesmo azul do começo. E a mesma melodia vira Stay With Me, cover de Sam Smith, um pouquinho alterado da letra original. Mais um grande falsete terminou o single, aclamado pela multidão, até mais do que em Secrets.

Estávamos perto deles
Outro cover prosseguiu pela noite. Budapest, de George Ezra, é uma das canções favoritas da banda, mesmo eles admitindo que estava na hora de deixá-la de tocar nos shows. O próprio George já cantou Counting Stars algumas vezes, então a troca acabou sendo natural. Com movimentos simples e sutis, a banda puxou um coro bem desafinado das pessoas, inclusive de mim, eu mais cantei gritando do que tentei afinar um pouco a voz, detalhes a parte u.u. Bem, foi a música que mais cheguei perto do Ryan e foi o começo da chuva de paletas do Eddie, do Drew e do Zach. Foi ao final da canção que rolou um Happy Birthday to You ao Zach, que se emocionou. Ryan também parabenizou o companheiro de banda e explicou a origem da tradicional canção, feita por professores que não faziam ideia do sucesso que iria virar.

Após o momento de comemoração, Ryan anunciou que ele e a banda estão gravando um novo álbum para 2016, e que exigiram aos empresários para sempre passarem na América Latina a partir da próxima (e breve!) turnê. Portanto, os fãs chilenos e argentinos podem comemorar, e os brasileiros ainda mais. Mas com a vinda do novo álbum, algumas músicas serão tocadas um pouco menos, como o caso de Preacher. Ouvimos, quem sabe, pela última vez, uma das melodias mais lindas da banda ao vivo. 

Obelisco, durante Good Life
E para fechar o bloco acústico, um single do meu top 3 surpreendeu o pessoal. Good Life teve imagens de São Paulo e seus monumentos nos telões, como o MASP, o Monumento às Bandeiras e o Obelisco do Ibirapuera. E no final, apareceu a bandeira do Brasil. Em algum momento da música, ele chegou a pegar a bandeira física que um fã jogou e explicou que um símbolo tão bonito quanto aquele não poderia estar no chão. E claro, como já é tradição, a música tem um trecho onde Ryan fala uma série de cidades. No original, é: Paris, to China, to Colorado. A cada cidade que passam com a turnê, eles acabam mudando um dos municípios, por exemplo no Rio, foi Paris, to Rio, to Colorado. E eu fiquei imaginando onde eles colocariam o nome, não lembrava se alguma vez dos shows que vi pela net, eles trocaram Colorado, cidade natal deles, por outra, mas São Paulo combinava com o número de sílabas e tons de Colorado, e não deu outra: Paris, to China, to São Paulo. Foi emocionante, diga-se de passagem.

Ao final, adivinhem o que voltou? A segunda entoada de Burning Bridges pela plateia. E a expectativa deles tocarem o single em algum momento aumentava. E deu-se início ao terceiro bloco, com um solo de guitarra espanhola maravilhoso do Zach. Ryan voltou ao palco e adiantou: agora uma música que talvez vocês não conheçam. Pronto, a mais famosa canção, Counting Stars, foi cantada a plenos pulmões, com estrelinhas de papel levantadas em pequenos dedos. O fronthead da banda fez novamente acrobacias, foi até o meio da rampa com seu pandeiro e invadiu a multidão no final. 

As duas músicas seguintes não foram tão cantadas pelo público, mas fizeram sua parte. Can't Stop teve uma ressoada de palmas parecida com What You Wanted e um ritmo alucinante a cada verso que era cantado Já Au Revoir, foi a escolhida do show para que todos pudessem se acalmar e levantar o celular com a luzinha ligada. Só metade da galera entendeu o gesto, pelo visto, já que não eram muitos os smartphones com a luz acesa. Uma coisa legal foi o Ryan cantar com um microfone especial para música, na rampa. Era estilizado com luzes azuis no meio, bem bonito.

Chegando mais ao final do show, três músicas seguidas, que estão entre minhas prediletas, incluindo duas naquele top 3 que citei em Good Life, embalaram um festival de luzes alaranjadas com um público saltitante e sem fôlego. Começando por Feel Again, que tem o clipe mais bem produzido da banda, a música foi muito bem executada e em melodia leve e aconchegante. O pandeiro voltou e Ryan parecia um peão do Baú rodopiando no final da letra, haha. 

Vocês são foda!
Do nada, houve um período de silêncio da banda, Ryan começou a falar que nosso país era lindo e tal, mas disse que ao ouvir os pedidos da noite e da plateia, fariam algo fora do previsto e que não costumavam fazer. Só soltou a palavra: Bridges. E todo mundo berrou de êxtase, o brado funcionou, o sonho dos brasileiros depois de oito anos foi entregue: Burning Bridges. Apenas os primeiros versos até o refrão bastaram para mostrar que sabíamos a letra de cor e salteado e que amávamos aquela canção. Entoada à capela, foi a grande surpresa da noite.

E se o coração dos fãs já não aguentava mais de tanta alegria, por que não soltar a música mais querida e votada na enquete oficial do show logo em seguida? I Lived, que também é minha favorita, foi a que mais teve gente se liberando, pulando no ombro do coleguinha da frente, saltando como pipoca, gritando como arara e chorando como se descascasse cebola. No final, valeu muito a pena, que música, que momento, meus amigos.

Minha melhor foto, sério
Não sei se foi entre alguma dessas músicas ou exatamente após I Lived que soltaram gritos de "Ryan, eu te amo". E ele arriscou bem várias palavras em português, como "Vocês são foda!". Perguntou como se dizia Cheers em nossa língua, dizendo logo depois "Saúde" com vinho. E ainda tomou um banho de cerveja para a parte final, o bloco que fecharia este grande show.

Seven Nations Army, de The White Stripes, foi o terceiro cover da noite e foi bastante ecoado, com pouca iluminação (ao contrário do resto do show) e um show a parte da banda. Mesmo assim, é a música que menos gosto da setlist inteira, espero que seja substituída por outro cover ou algo novo. Mas voltei a me empolgar com a antepenúltima da noite, Love Runs Out, que ficou melhor ainda ao vivo. Cenas do clipe ficaram passando ao fundo e a galera cantou bastante também. 

Faltando apenas duas músicas, Ryan disse claramente que voltaria para cá na próxima turnê, e que no novo disco, haverá uma influência brasileira. O último cover da noite foi o "hino" da vida de Tedder, What a Wonderful World, de Louis Armstrong. Ele pediu para que não ferrássemos a música, e acho que atendemos ao pedido.

Por fim, o encerramento foi anunciado com a seguinte frase: É a parte mais empolgante da noite, se não curtirem e saírem na metade, vão acabar se arrependendo. If I Lose Myself, remixada pelo DJ Alesso, conseguiu se igualar à I Lived no quesito pulos. E a melhor parte, um dos melhores momentos do show, foi a chuva de papel no final, parecendo neve. Algo que ficará inesquecível na minha memória.

Presentes do show + CD que já possuía
Ainda na saída, eu e Amanda compramos bebidas e ganhamos o copo oficial da banda. Fomos olhar as camisetas e acabei adquirindo um moletom oficial no meu tamanho. E por fim, tiramos uma foto com um dos famosos que estavam por perto, o apresentador e ex-VJ da MTV, André Vasco. Ah, na fila eu comprei um botton também pro meu mural, antes que eu me esqueça.

O show foi realmente inesquecível, e o fato de interagirem com a plateia, atenderem nossos pedidos e dizerem que foi o melhor lugar em que estiveram com a turnê, foi algo insano! Já estou com saudade deles, e não vi ninguém falando mal do show até então. Foi meu terceiro show, mas podia muito bem ter sido o primeiro : )

~Murilo/Mud

Fotos tiradas por mim, perdoem a qualidade ruim, pulei demais lá hehe.

Comentários