Pokémon: um misto de nostalgia e neofobia

Esse texto é um pouco antigo que eu já havia escrito, foi antes do lançamento dos jogos para 3DS, Pokémon X e Y, mas estou postando aqui. Espero que gostem desse meu post introdutório.

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Nostalgia; substantivo feminino; diz-se do sentimento de saudades do passado, melancolia; "Enquanto arrumava as coisas para a mudança, encontrei em meu quarto meu velho Game Boy Color, amarelo. Senti como se tivesse levado um nocaute de nostalgias.". Neofobia; substantivo feminino; medo de inovações, medo das novidades; "Em uma sociedade de velhos apáticos e conservadores, vemos a neofobia como um mal crescente, medo de conhecer o que é novo.  Estão acostumados com as raras peças de museu. Atrasados no tempo, que troquem as pilhas de seu relógio!".
   A cada geração, é notável a quantidade de burburinho que os fãs, ou supostos fãs de pokémons, soltam quando ouvem inovações ou qualquer coisa que ameaça a 'tradição' de Pokémon. Desde Johto, os 'genwunners' são irritantes e presentes nos principais tópicos de discussão sobre as novidades que Pokémon está a trazer. Pra quem não sabe, os 'genwunners' são os únicos e verdadeiramente legítimos fãs da série Pokémon, embora para eles apenas a primeira geração tenha prestado. Afinal, o que é a tradição de Pokémon? E porque esse neofóbicos atacam tanto as novas gerações de Pokémon? Vejamos, para eles, Kanto foi a principal região de Pokémon, foi a mais emocionante, foi a mais tradicional de Pokémon, ou seja, 'Uhu, tudo de bom, Pokémon lançou e só, não precisa de continuação!'. Mas... Qual a verdadeira tradição? A tradição de Pokémon é simplesmente a mesma: Pokémons! Monstrinhos de bolsos, que capturamos, ou ganhamos, ou trocamos, enfim, que levamos em nossa jornada em 6 pokéballs. A tradição é você enfrentar sempre 8 líderes de ginásio espalhados por um continente que tem: sua organização criminosa; pokémons pseudo-lendários; pokémons lendários; a Elite 4 e o Champion; cavernas; Zubats; pokémons que dão pouca experiência, outros que dão até demais; treinadores iniciantes e fracos, ou veteranos e experientes; pescadores, ou criadores de pokémons aves; um Safari Zone... Mas enfim, se eu for listar mais coisas, acho que farei algo tão grande quanto Kanto e Johto unido. O que quero dizer é que a essência de Pokémon e o mundo fantástico que este jogo crio nos fãs mais nostálgicos é algo inexplicável, a essência é a mesma, nós exploramos, treinamos e vencemos os líderes e o treinador mais forte do continente. As mega evoluções? Ah, as mega evoluções. Coitado dos pokémons que receberam, provavelmente serão os que mais sofrerão com olhares de desprezo daqui um tempo. Que culpa tem? Os desenvolvedores dos jogos acharam interessante ter a possibilidade de um Tyranitar e de um Garchomp se tornarem mais fortes que pokémons lendários. Qual o problema? Nenhum. O problema é você ter gastado seu dinheiro, comprado, jogado e reclamar. Não jogue, genwunners. E posso falar uma verdade pra vocês? Vocês não são fãs de pokémon. A nostalgia que nos dá em poder novamente ficar na dúvida entre escolher Charmander, Bulbsaur ou Squirtle, depois de 17 anos, e ainda poder evoluí-los em um estágio extraordinariamente forte, é algo que realmente nos faz lembrar de todas as pilhas que já compramos. De todas as noites que já viramos. De todos as fitas que a bateria corrompia o save. De tudo que a geração dos novos jogadores de pokémon não estão acostumados a ver. Se você é fã de Pokémon, aprenda a ser amigo da nostalgia. Declare guerra aos pokéfãs conservadores. Nunca diga que Pokémon copiou Digimon, ambos são parecidos, mas a dinâmica dos jogos são diferentes. E é lógico, lembre-se que a cada geração lançada, fique no anseio pela próxima. Palavras de um senhor de 19 anos. E que começou sua jornada bem antes dos 10 anos.