The Leftovers, traduzido ao pé da letra como As Sobras, é uma série que estreou dia 30 de Junho no canal HBO, tanto nos EUA como no Brasil. A história é baseada em um livro homônimo do autor Tom Perrota. E a série é feita pelos mesmo criadores da aclamada Lost. Muitos esperavam o início do seriado pela qualidade, o enredo e o trailer inicial. Mas, será que realmente todo esse alvoroço condiz com uma produção espetacular e digna de prêmios? Confira a seguir minha primeira impressão:
The Leftovers tem um enredo criativo. Imagine você, caro leitor, naquela festa em família. É seu aniversário de quinze anos, todo mundo canta parabéns no escuro, você fecha os olhos e sopra as velinhas. E de repente, em um passe de mágica, você abre os olhos e sua mãe, seu melhor amigo, aquela tia chata e o irmão pirracento da sua vizinha desaparecem. Aí você ouve do lado de fora da casa a bicicleta do entregador de leite se chocando com o portão mais próximo, sem condutor aparente. Os carros ao redor começam acidentes inimagináveis. Um helicóptero próximo cai do outro lado da cidade. O jornal regional tem um apresentador reserva. O seu time de futebol tem apenas nove jogadores. A igreja cria um caos ao saber do desaparecimento da Vossa Santidade.
Resumindo, dois porcento das pessoas de nosso planeta somem no dia 14 de outubro de um ano qualquer. Pode parecer pouco, mas o número é enorme. Se somos 7 bilhões e uns tantinhos de seres humanos, aproximadamente 140 milhões de nós desaparecem sem ninguém presenciar. E o mais estranho, ninguém tem sequer uma relação igual a outra pessoa. Somem bebês, atletas famosos, o papa, adultos, velhos, altos, baixos, loiros, morenos, ruivos, carecas, menininhas, ladrões, ganhadores de Nobels, celebridades, pobres, bilionários, sangue AB, O, A e B, negro, pardo, branco, indígena, católico, muçulmano, judeu, puritano, ermitão ou social.
Muitos perdem a família inteira, como é mostrado em um caso do piloto da série. Outros, não conhecem muitas pessoas que sumiram. Mas a história do primeiro episódio só mostra o momento em que uma personagem perde seu bebê no estacionamento de uma lavanderia, e como tudo acontece. O enredo da série real acontece três anos após. 14 de outubro vira um novo 11 de setembro mundial, com direito a passeatas, desfiles, narração dos nomes dos que sumiram, lacinhos azuis de paz e orações nas rádios.
A sociedade está abalada com as perdas. Muitos se tornam alucinados e dizem ter visto como sumiram. Aliens? Deus? Outros cometem suicídio para se juntarem previamente aos desaparecidos, achando que eles partiram dessa para a melhor. Apesar de tudo, o foco da série é em apenas uma família e seus quatro integrantes.
Nenhum dos Garvey desapareceu. O paizão Kevin, interpretado por Justin Theroux, é um policial que tenta prosseguir a rotina como se o dia do arrebatamento jamais tivesse ocorrido. Porém, os outros três membros da família não colaboram com isso. A começar pelo filho mais velho, Tom (Chris Zylka) que ao presenciar um duplo suicídio, larga os estudos na faculdade e se junta a um centro guru misterioso para se livrar de toda aquela pressão psicológica social. Kevin tenta ligar para o filho, mas ele não lhe responde. Porém, naquele centro guru, Tom é ameaçado por outras pessoas e por algo que eles escondem. Uma das melhores cenas ao meu ver, é quando sem saber o que fazer, o rapaz pula na piscina e grita com todo o seu fôlego para aliviar seu nervosismo.
Além do isolado Tom, temos a nova irritante do mundo das séries, Jill (Margaret Qaulley). A filha caçula é a típica e rebelde adolescente americana. Engana o pai para sair nas festas, se chapar e transar. Porém, possui um lado sentimental perceptível pela falta da família reunida. Ela é amiga dos gêmeos (Max e Charlie Carver) que parecem gostar dela. Esse dois, aliás, eram de Teen Wolf, série famosa onde eles ganharam fama.
Por fim, a cerejinha do bolo de problemas da família Garvey: a mamãe Laurie (Amy Brenneman). Ela, por algum motivo desconhecido, se reúne com um grupo de pessoas chamado A Guilda dos Remanescentes após o dia 14 de outubro. Esse grupo é uma espécie de seita estranha, onde não é permitido falar, fazendo-os se comunicar apenas por escrita. A exceção é a líder, que pode se apresentar para uma nova integrante. Além disso, todos usam roupas claras e alvas e fumam demais. Não dá para entender direito o que é esse grupo estranho, eles vivem isolados da sociedade e ficam observando supostos novos membros pela rua, como se fossem almas vagantes fumantes.
Kevin não suporta que a mulher tenha saído de casa para se juntar a eles e acaba pedindo seu retorno à família. Ela não fala, mas parece ficar abalada. Mesmo assim, continua com o grupo. E a guilda não é bem vista pelos cidadãos comuns. Durante a passeata de três anos do dia do arrebatamento, os representantes brancos chegam no meio de um discurso emocionante e mandam uma mensagem do tipo "Poupem o seu fôlego, não falem por aqueles que já se foram". A reação é imediata, os humanos "normais" empurram e batem nos membros da guilda com violência e ojeriza, como se eles fossem um rato de esgoto ou um grupo repugnante.
Pela história em geral, parece que após o dia 14 de outubro, não haverá tantos momentos de ação evidentes na série. Mas posso estar enganado, coisas sobrenaturais e brigas parecem acontecer com frequência na série. É interessante entender um mundo com essas limitações e uma radical mudança na vida de todos. Não sei se o que os ansiosos viram é realmente o que esperavam, eu ao menos achei diferente, mas um pouco confuso. Se eu não tivesse lido sinopses anteriores, realmente não saberia diferenciar alguns personagens e funções na trama. Mas as cenas são realmente impactantes e dão aquele gostinho de quero mais. O alvoroço de The Leftovers realmente faz com que comamos as sobras e esperamos que um dia 14 de outubro não aconteça em nossas vidas.
~Murilo/Mud
*Todas as imagens foram retiradas de divulgação ou sites americanos.
Resumindo, dois porcento das pessoas de nosso planeta somem no dia 14 de outubro de um ano qualquer. Pode parecer pouco, mas o número é enorme. Se somos 7 bilhões e uns tantinhos de seres humanos, aproximadamente 140 milhões de nós desaparecem sem ninguém presenciar. E o mais estranho, ninguém tem sequer uma relação igual a outra pessoa. Somem bebês, atletas famosos, o papa, adultos, velhos, altos, baixos, loiros, morenos, ruivos, carecas, menininhas, ladrões, ganhadores de Nobels, celebridades, pobres, bilionários, sangue AB, O, A e B, negro, pardo, branco, indígena, católico, muçulmano, judeu, puritano, ermitão ou social.
A sociedade está abalada com as perdas. Muitos se tornam alucinados e dizem ter visto como sumiram. Aliens? Deus? Outros cometem suicídio para se juntarem previamente aos desaparecidos, achando que eles partiram dessa para a melhor. Apesar de tudo, o foco da série é em apenas uma família e seus quatro integrantes.
Pela história em geral, parece que após o dia 14 de outubro, não haverá tantos momentos de ação evidentes na série. Mas posso estar enganado, coisas sobrenaturais e brigas parecem acontecer com frequência na série. É interessante entender um mundo com essas limitações e uma radical mudança na vida de todos. Não sei se o que os ansiosos viram é realmente o que esperavam, eu ao menos achei diferente, mas um pouco confuso. Se eu não tivesse lido sinopses anteriores, realmente não saberia diferenciar alguns personagens e funções na trama. Mas as cenas são realmente impactantes e dão aquele gostinho de quero mais. O alvoroço de The Leftovers realmente faz com que comamos as sobras e esperamos que um dia 14 de outubro não aconteça em nossas vidas.
~Murilo/Mud
*Todas as imagens foram retiradas de divulgação ou sites americanos.
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